Diversidade
se aprende na escola.
Ao tratar da diversidade humana na
escola podemos ter como parâmetro a necessidade de reconhecimento que
caracteriza os seres humanos. Para interpretarmos quem somos como coletividade,
ou quem sou como indivíduo, dependemos do reconhecimento que nos é dado pelos outros. O reconhecimento pelos outros é uma
necessidade humana, já que o ser humano é um ser que só existe através da vida
social.
Ao
considerarmos que os seres humanos dependem do reconhecimento que lhes é dado,
estamos reconhecendo que a identidade do ser humano não é inata ou
pré-determinada, e isso nos torna mais críticos e reflexivos sobre a maneira
como estamos contribuindo para a formação das identidades dos nossos alunos.
O processo de ensino e aprendizagem do aluno se dá
através das interações sociais ocorridas dentro do ambiente escolar. O ideal é
que a escola em seu planejamento de ênfase a importância de propiciar ao seu
aluno um ambiente que priorize e estimule o respeito à diversidade, ajudando a
formar cidadãos mais educados e respeitosos que se preocupam com os outros,
possuindo o espírito de coletividade.
A escola inclusiva
direciona-se para um ensino que, além de reforçar os mecanismos de interação
solidária e os procedimentos cooperativos, auxilie o ser humano a se ver e se
perceber como parte de um todo que independe de suas características físicas. A
inclusão diz respeito a todos os alunos, e não somente a alguns. Ela envolve
uma mudança de cultura e de organização da escola para assegurar acesso e
participação para todos os alunos que a frequentam regularmente.
Um ponto de partida para que exista o respeito à
diversidade na escola é aceitarmos que os agentes que nela interagem têm
interesses, visões de mundo e culturas diferentes e nenhum de nós tem o
monopólio da verdade, da inteligência e da beleza. Daí a necessidade de
negociações permanentes para que todos façam concessões, e todos tenham ao
menos parte dos seus interesses e valores contemplados no espaço público da
escola.
É necessário que seja
admitida a diferença na relação com o outro. Isto quer dizer tolerar e conviver
com aquele que não é como eu sou e não vive como eu vivo, e o seu modo de ser
não pode significar que o outro deva ter menos oportunidades, menos atenção e
recursos.
A democracia é uma forma de viver em negociação permanente tendo como
parâmetro a necessidade de convivência entre os diferentes, ou seja, a
tolerância. Mas para valorizar a tolerância entre os diferentes temos que
reconhecer também o que nos une.
(Texto publicado no Jornal Destaque em 21/05/2015.)
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